segunda-feira, 21 de novembro de 2016

CONHECENDO AS ORGANIZAÇÕES


Todos nós de certa forma temos contato com alguma organização e dispomos de grande parte do nosso tempo dentro delas, vivenciando momentos de sucesso e outros não tão agradáveis assim, por isso se faz necessário o conhecimento aprofundado da organização como um todo, desde os serviços que são oferecidos aos clientes e consumidores quanto entender o correto funcionamento para que se tenha harmonia e prazer em fazer parte dela.

Para que esse entendimento seja eficiente, nossa experiência profissional e conhecimentos adquiridos ao longo da vida nos possibilitam essa percepção e compreender melhor o comportamento organizacional tanto individual, em grupo e na organização como um todo. Verificamos que essa percepção está diretamente ligada a capacidade de observação do comportamento organizacional, de forma sistêmica e objetiva, separando nossos valores e preconceitos da realidade vivida dentro da organização. Da mesma forma que as pessoas são diferentes umas das outras as organizações também são, possuindo características próprias. Essas concepções sobre as organizações vieram das experiências acadêmicas, através dos referenciais teóricos estudados, posteriormente com o contato com empresas e relatos de pessoas próximas, que contribuem dessa maneira para a formação do conhecimento.

Na medida em que vão surgindo oportunidades como gerentes e executivos, temos que adotar uma postura de atualização constante das nossas ideias e conceitos. Cada um de nós teve uma formação acadêmica diferente e, dentro dela, uma especialização profissional. Entretanto, à medida que almejamos posições de supervisão, gerência ou direção, temos que ampliar o escopo de nosso modelo, incluindo novos componentes que, até então, pouco interessavam ou afetavam a qualidade da nossa ação. Desta forma se cria um passo a passo de um modelo ideal de organização, onde cada um cria seu próprio modelo e seus conceitos, seja sobre uma organização, modelo político ou social, ou sobre a forma como o gerente deve atuar.

Aqui estão algumas dicas e sugestões que foram encontradas durante nossas pesquisas sobre o assunto, são questões que merecem destaque para que esse modelo criado seja eficiente. Tais como:

• Renovação constante - a cada novo estágio profissional, maior será a exigência de um modelo mais amplo e complexo. Cada nível hierárquico tem diferentes exigências sobre sua percepção da organização. Uma boa parte do tempo dos diretores e executivos de primeira linha é gasta em temas abstratos e conceituais, tais como valores, clima organizacional, políticas, desenvolvimento (humano, tecnológico), sistemas de gestão, que são componentes do modelo ideal de cada um.

Um modelo flexível e coerente é imperativo à medida que o ambiente organizacional interno e externo é dinâmico e sujeito a mudanças profundas e rápidas. Muitas "verdades" que você assumiu no passado podem não mais ter sentido hoje. Vale a pena checá-las de vez em quando.
Muito cuidado devemos ter para não nos impressionarmos com fatos isolados e assumi-los como tendências. Muitos julgamentos na organização são feitos com insuficiência de dados, isto é, são inferências e, por isto, têm probabilidade de erro. Não deixe que erros de lógica como a insuficiência estatística e as falácias afetem a qualidade do seu modelo e da sua atuação.

• Você é o teórico - a qualidade dos dados que você pesquisa e a qualidade dos dados que você ignora determinam a qualidade do seu modelo, isto é, sua capacidade de entender e lidar com as organizações. Os dados de que você dispõe são obtidos de várias maneiras: pela leitura de livros e artigos sobre organizações, participando de cursos, pelas suas próprias reflexões que geram novas dimensões quando combinam os dados de que dispõem e, principalmente, pela sua observação e atuação no cotidiano da sua organização.

O palco onde nós, gerentes, atuamos é constituído pelas inúmeras situações com que nos deparamos dia após dia; e lá, e não nas salas de aula, é que o desenvolvimento gerencial ocorre. É quando colocamos nossas ideias e habilidades em prática, avaliando o efeito obtido, retificando nossos modelos, que transformamos nossa teoria em realidade e realmente crescemos profissionalmente.

• Desenvolvimento de habilidades especiais - a constituição de modelos de organização e de gerência exige habilidades que você precisa desenvolver. Entre elas, destacamos as seguintes:

a) qualidade e predisposição da sua percepção - estar atento ao que ocorre na organização e não só àquilo que afeta você diretamente. Analisar o que ocorre de forma objetiva, isto é, dentro da lógica daquela organização. Muitas vezes sofremos física e emocionalmente porque queremos que as coisas sejam de uma certa forma e não conseguimos sucesso nisto. Isto se dá porque estamos nos confrontando com hábitos, valores e estilo da companhia ou dos executivos-chave, os quais são, em geral, mais potentes do que nós. Conhecendo sua organização, você deve antever as barreiras e as áreas onde será mais fácil penetrar. Mudar é importante, mas ataques suicidas são dispensáveis. Lembre-se de que você é transitório, e a organização tende a viver mais do que você. Lembre-se também de que muitas coisas em administração podem ser feitas de múltiplas formas (cada um tem um “modelo próprio" diferente) e não existe verdade absoluta. Perspectivas diferentes podem levar a propostas e ações diferentes. Tenha cuidado antes de julgar ou sentir-se frustrado. A troca de influências é o jogo da administração e das organizações. Muitas vezes, para obtermos o resultado esperado precisamos de muita paciência e trilhar os caminhos tortuosos estabelecidos pelo ritual de nossa empresa e, para tanto, você precisa apurar sua percepção destes caminhos;

b) conceitualizar para elaborar seu modelo você precisa ser capaz de criar conceitos. Para cada variável importante você deverá estabelecer pressupostos sobre como ela deve se comportar dentro de certas condições;

c) generalizar experiências à medida que você vivencia novas experiências, deve ser capaz de retê-las, transcender o fato isolado, criando um padrão de referência a ser aplicado a outras situações isoladas no futuro. Muitos de nós nos referimos a padrões, processos e valores utilizados pela empresa em que trabalhamos no passado quando discutimos alternativas para algo novo que estamos criando; assim agindo, procuramos generalizar experiências anteriores para que sejam úteis em novas oportunidades.

Devemos lembrar que, como administradores, nossa função é a de obter os melhores resultados para nossas organizações, e com base nisto seremos julgados. Uma empresa é um ser que possui uma maneira própria de se comportar e nós precisamos percebê-la com clareza. Muitos executivos se utilizam de seus pares, chefes e subordinados para complementar seus modelos de referência, sua visão da organização. A troca de informações sobre a percepção de cada um é excelente exercício para complementar, checar ou modificar referências ultrapassadas. Para isto, você precisa ser flexível e aberto, saindo de uma postura fechada que não permita nem refrescar as imagens sobre pessoas, estruturas, valores e tudo mais que compõe as organizações.










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