CONHECENDO AS ORGANIZAÇÕES
Todos nós de certa forma temos
contato com alguma organização e dispomos de grande parte do nosso tempo dentro
delas, vivenciando momentos de sucesso e outros não tão agradáveis assim, por
isso se faz necessário o conhecimento aprofundado da organização como um todo,
desde os serviços que são oferecidos aos clientes e consumidores quanto
entender o correto funcionamento para que se tenha harmonia e prazer em fazer
parte dela.
Para que esse entendimento seja
eficiente, nossa experiência profissional e conhecimentos adquiridos ao longo
da vida nos possibilitam essa percepção e compreender melhor o comportamento
organizacional tanto individual, em grupo e na organização como um todo.
Verificamos que essa percepção está diretamente ligada a capacidade de
observação do comportamento organizacional, de forma sistêmica e objetiva,
separando nossos valores e preconceitos da realidade vivida dentro da
organização. Da mesma forma que as pessoas são diferentes umas das outras as
organizações também são, possuindo características próprias. Essas concepções
sobre as organizações vieram das experiências acadêmicas, através dos
referenciais teóricos estudados, posteriormente com o contato com empresas e
relatos de pessoas próximas, que contribuem dessa maneira para a formação do conhecimento.
Na medida em que vão surgindo
oportunidades como gerentes e executivos, temos que adotar uma postura de
atualização constante das nossas ideias e conceitos. Cada um de nós teve uma
formação acadêmica diferente e, dentro dela, uma especialização profissional. Entretanto,
à medida que almejamos posições de supervisão, gerência ou direção, temos que
ampliar o escopo de nosso modelo, incluindo novos componentes que, até então,
pouco interessavam ou afetavam a qualidade da nossa ação. Desta forma se cria
um passo a passo de um modelo ideal de organização, onde cada um cria seu
próprio modelo e seus conceitos, seja sobre uma organização, modelo político ou
social, ou sobre a forma como o gerente deve atuar.
Aqui estão algumas dicas e
sugestões que foram encontradas durante nossas pesquisas sobre o assunto, são
questões que merecem destaque para que esse modelo criado seja eficiente. Tais
como:
• Renovação constante - a cada novo estágio profissional, maior
será a exigência de um modelo mais amplo e complexo. Cada nível hierárquico tem
diferentes exigências sobre sua percepção da organização. Uma boa parte do
tempo dos diretores e executivos de primeira linha é gasta em temas abstratos e
conceituais, tais como valores, clima organizacional, políticas,
desenvolvimento (humano, tecnológico), sistemas de gestão, que são componentes
do modelo ideal de cada um.
Um modelo flexível e coerente é imperativo à medida que o ambiente
organizacional interno e externo é dinâmico e sujeito a mudanças profundas e
rápidas. Muitas "verdades" que você assumiu no passado podem não mais
ter sentido hoje. Vale a pena checá-las de vez em quando.
Muito cuidado devemos ter para não nos impressionarmos com fatos
isolados e assumi-los como tendências. Muitos julgamentos na organização são
feitos com insuficiência de dados, isto é, são inferências e, por isto, têm
probabilidade de erro. Não deixe que erros de lógica como a insuficiência
estatística e as falácias afetem a qualidade do seu modelo e da sua atuação.
• Você é o teórico - a
qualidade dos dados que você pesquisa e a qualidade dos dados que você ignora
determinam a qualidade do seu modelo, isto é, sua capacidade de entender e
lidar com as organizações. Os dados de que você dispõe são obtidos de várias
maneiras: pela leitura de livros e artigos sobre organizações, participando de
cursos, pelas suas próprias reflexões que geram novas dimensões quando combinam
os dados de que dispõem e, principalmente, pela sua observação e atuação no
cotidiano da sua organização.
O palco onde nós, gerentes, atuamos é constituído pelas inúmeras
situações com que nos deparamos dia após dia; e lá, e não nas salas de aula, é
que o desenvolvimento gerencial ocorre. É quando colocamos nossas ideias e
habilidades em prática, avaliando o efeito obtido, retificando nossos modelos,
que transformamos nossa teoria em realidade e realmente crescemos
profissionalmente.
• Desenvolvimento de habilidades especiais - a constituição de modelos de organização
e de gerência exige habilidades que você precisa desenvolver. Entre elas, destacamos as
seguintes:
a) qualidade
e predisposição da sua percepção -
estar atento ao que ocorre na organização e não só àquilo que afeta você
diretamente. Analisar o que ocorre de forma objetiva, isto é, dentro da lógica
daquela organização. Muitas vezes sofremos física e emocionalmente porque
queremos que as coisas sejam de uma certa forma e não conseguimos sucesso
nisto. Isto se dá porque estamos nos confrontando com hábitos, valores e estilo
da companhia ou dos executivos-chave, os quais são, em geral, mais potentes do
que nós. Conhecendo sua organização, você deve antever as barreiras e as áreas
onde será mais fácil penetrar. Mudar é importante, mas ataques suicidas são
dispensáveis. Lembre-se de que você é transitório, e a organização tende a
viver mais do que você. Lembre-se também de que muitas coisas em administração
podem ser feitas de múltiplas formas (cada um tem um “modelo próprio"
diferente) e não existe verdade absoluta. Perspectivas diferentes podem levar a
propostas e ações diferentes. Tenha cuidado antes de julgar ou sentir-se
frustrado. A troca de influências é o jogo da administração e das organizações.
Muitas vezes, para obtermos o resultado esperado precisamos de muita paciência
e trilhar os caminhos tortuosos estabelecidos pelo ritual de nossa empresa e,
para tanto, você precisa apurar sua percepção destes caminhos;
b) conceitualizar
para elaborar seu modelo você precisa ser capaz de criar conceitos. Para
cada variável importante você deverá estabelecer pressupostos sobre como ela
deve se comportar dentro de certas condições;
c) generalizar
experiências à medida que você vivencia novas experiências, deve ser capaz
de retê-las, transcender o fato isolado, criando um padrão de referência a ser
aplicado a outras situações isoladas no futuro. Muitos de nós nos referimos a
padrões, processos e valores utilizados pela empresa em que trabalhamos no
passado quando discutimos alternativas para algo novo que estamos criando;
assim agindo, procuramos generalizar experiências anteriores para que sejam
úteis em novas oportunidades.
Devemos lembrar que, como administradores, nossa função é a de
obter os melhores resultados para nossas organizações, e com base nisto seremos
julgados. Uma empresa é um ser que possui uma maneira própria de se comportar e
nós precisamos percebê-la com clareza. Muitos executivos se utilizam de seus
pares, chefes e subordinados para complementar seus modelos de referência, sua
visão da organização. A troca de informações sobre a percepção de cada um é
excelente exercício para complementar, checar ou modificar referências
ultrapassadas. Para isto, você precisa ser flexível e aberto, saindo de uma
postura fechada que não permita nem refrescar as imagens sobre pessoas,
estruturas, valores e tudo mais que compõe as organizações.
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